Disciplina

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A Cirurgia de Cabeça e Pescoço é uma especialidade médica que, infelizmente, tem pouco espaço na graduação médica da maior parte das instituições de ensino universitário. Não é desprezível a proporção de serviços restritos a hospitais oncológicos, sem nenhum vínculo universitário, com ênfase apenas na pós-graduação lato senso, isto é, Residência Médica. Desse modo, muitas faculdades de Medicina carecem de uma disciplina específica de Cirurgia de Cabeça e Pescoço. Além disso, em muitas delas, apesar da existência de grupo da especialidade, os conteúdos são ministrados desmembrados e desligados, em disciplinas de cirurgia geral, otorrinolaringologia e oncologia. Dessa forma, o aluno recebe mais informações sobre retocolite ulcerativa do que sobre nódulos tireóideos, sobre mastoidite, do que sobre câncer de boca. Terminada a graduação, somente os que fizerem Residência em Cirurgia Geral terão algum contato com a patologia cirúrgica de Cabeça e Pescoço. Muitos médicos saberão que existe uma especialidade de Acupuntura, mas não de Cirurgia de Cabeça e Pescoço.
Parte desse problema advém de uma equivocada interpretação das Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina, que recomenda a formação generalista. Ora, o médico deve ter uma boa formação geral durante sua graduação, mas isso não quer dizer que só se deve receber conteúdos gerais. Durante a graduação deve-se ter contato com diversas especialidades e aprender dos especialistas as condições mais prevalentes naquela área. Ninguém objetiva ensinar cirurgia de base de crânio na graduação, mas não é possível que o egresso deixe a faculdade sem ter atendido doentes com câncer de boca, faringe ou nódulos da tireóide, sob supervisão de um cirurgião de Cabeça e Pescoço. Ninguém objetiva formar especialistas na Graduação, mas o ensino dos conteúdos de Cirurgia de Cabeça e Pescoço certamente contribuirá para atender outra exigência das Diretrizes, no artigo 4, item VII:
...“reconhecer suas limitações e encaminhar, adequadamente, pacientes portadores de problemas que fujam ao alcance de sua formação geral.”
 Mesmo com carga horária restrita, o não desmembramento dos conteúdos da especialidade em outras disciplinas deve promover melhor fixação pelos alunos e possibilitar melhor condução futura desses tão sofridos pacientes.
A importância da Disciplina de Cirurgia de Cabeça e Pescoço para a formação médica se fundamenta na repercussão que o diagnóstico precoce das lesões tem no tratamento, pois essa é a melhor estratégia para reduzir a mortalidade e a agressividade do tratamento, e é através da disciplina que os acadêmicos de Medicina têm oportunidade de aprender a identificar essas lesões. Só é capaz de diagnosticar câncer quem conhece câncer.

Como funciona atualmente (objetivos e projeto virar obrigatoria)
Há 8 anos a Disciplina de Cirurgia de Cabeça e Pescoço funciona semestralmente de forma opcional para os alunos do quinto ao oitavo semestre, com a duração de duas semanas. Possui aulas teóricas e práticas nos ambulatórios e enfermarias do Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital Universitário Wálter Cantídio.

  • Disciplina opcional
  • Duas vezes por ano ao final de cada semestre
  • 40 horas, 20 por semana, 4h por turno, à tarde
  • 20 alunos por turma, 40 por ano
  • 15 aulas teóricas e 10 aulas práticas
  • Total de 11 professores e 2 monitores


História

  • 2003.2 - 1º registro da disciplina - 20 horas
  • 2008.2 – Aumentou a carga horária para 40 horas
  • 2009.1– Conquistou duas vagas de monitoria voluntárias
  • 2010.2 – Foi realizada a primeira Avaliação Eletrônica
  • 2011– Conquistou uma vaga de monitoria remunerada e uma voluntária – a primeira cadeira optativa com bolsa de monitoria

Objetivos
- Promover o conhecimento das doenças neoplásicas prevalentes de importância médico social no Brasil, como Câncer de Boca e Laringe. O estudante terá competência para identificar o perfil de prevalência, mortalidade e fatores de risco dos principais tipos histológicos de câncer em cabeça e pescoço e saberá os princípios do tratamento clínico, cirúrgico e seguimento dos pacientes portadores de câncer de cabeça e pescoço;  
- Capacitar a executar o exame físico do pescoço, e a utilização adequada dos métodos auxiliares de diagnóstico.
- Permitir que o acadêmico seja capaz de fazer uma abordagem diagnóstica do câncer em seu estágio mais precoce, identificando grupos que necessitam de maior atenção, e saiba quando encaminhar pacientes para centros especializados de tratamento.
- Promover a integração dos conceitos das doenças cirúrgicas endócrinas do pescoço (tireóide e paratireóide), com os conhecimentos já adquiridos em outras disciplinas (endocrinologia).


Nova proposta


Há um projeto do Departamento de Cirurgia da Universiade Federal do Ceará em discussão na Pró-reitoria de Graduação para tornar a Disciplina de Cirurgia de Cabeça e Pescoço fixa na grade curricular obrigatória do curso de Medicina, durante o 8º semestre, garantindo a todos os acadêmicos contato com a especialidade, e não apenas para os 20 alunos que participam semestralmente da cadeira optativa.

Avaliação eletrônica


Pensando em tornar a metodologia de avaliação mais próxima com a realidade que o estudante será cobrado na sua vida profissional, foi elaborado pelos professores da Disciplina uma nova forma de avaliação informatizada, que permite a utilização de fotos e vídeos em questões que se tornam mais interativas do que no modelo habitual impresso. É através da disciplina de cirurgia de cabeça e pescoço que os acadêmicos de Medicina terão a oportunidade de aprender a diagnosticar as lesões, permitido um diagnóstico mais precoce e melhor chance de cura para os pacientes.
A avaliação eletrônica permite a utilização de fotos e vídeos em questões que se tornam mais interativas do que no modelo habitual impresso, garantindo uma forma de avaliação mais próxima com a realidade que o estudante será cobrado na sua vida profissional. Usar computadores para avaliação não é uma idéia nova, mas, como a tecnologia da informação tem se tornado cada vez mais importante para o ensino da medicina, os computadores estão se tornando um meio estabelecido de avaliação dos alunos.
Cada acadêmico faz a sua prova individual no computador. As questões são objetivas e contêm casos clínicos reais de pacientes do Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do HUWC, mostrando vídeos, fotos das lesões, de cirurgias e de exames complementares. A ordem das alternativas e das questões é aleatória, dificultando a trapaça entre os estudantes e, caso os monitores percebam qualquer comunicação durante a prova, basta apertar a tecla Esc do computador do aluno que a prova é reiniciada. Os computadores são programados para, durante a prova, não permitirem qualquer outra função, impedindo o acesso à internet.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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